Um sonhador de olhos abertos.

Sonhar, é navegar em qualquer situação que cuja sua existência pode ter o poder de te transformar através de qualquer palavra, por isso Reflita.!

(autora: Gabriela Correia)

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

O fim (do que não tinha fim)


Presos pela liberdade, prosseguem cada um na sua, conectados por um fio invisível que não conduz mais eletricidade. Um fio de saudade dissonante e a certeza de que, amor como aquele deles, não acontece no tocar de uma varinha de condão.
[...]
Separados, cada um em sua casa, simultaneamente os dois compartilham a impressão de não ver tão cedo uma placa informando para que lado se encontra um recomeço afetivo. Enquanto isso, o mundo não para de girar, sem gosto de morango mordido.
[...]
Ela ainda lembra dele quando alguém chupa seu dedão do pé. Ele se recorda dela toda vez que beberica um drinque com abacaxi e leite condensado. Os dois sabem que é perda de tempo tentar esquecer. Que sentir saudade não significa que melhoraram como pessoa, que agora magistralmente seus temperamentos são compatíveis e o correto seria viver aquilo tudo de novo, do êxtase à dor.

Significa apenas que foi bom, que foi inesquecível. E que qualquer amor que força as cordas vocais a produzirem um eu te amonão tem fim, mesmo acabando sempre do mesmo jeito, dividido por dois.

[Gabito Nunes in O fim (do que não tinha fim) ]